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    quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

    As estréias de janeiro

    por Leandro Nisishima (Equipe KS)

    No Japão os animes são separados e exibidos em temporadas. Durante o ano temos quatro delas: janeiro, abril, julho e outubro. Na maioria dos casos as expectativas estão voltadas para abril e outubro, quase sempre consideradas as duas melhores temporadas do ano. Nesse começo de 2009 novas séries já estrearam ou estão estreando no Japão e pensando nisso a equipe do Kotatsu Shinbum preparou um guia especial com algumas das séries mais esperadas e badaladas por lá. Desconsideramos nessa matéria as continuações, como a de Hajime no Ippo e Maria-sama ga Miteru. Admitimos a qualidade de ambos os títulos, mas demos enfoque em apresentar as novidades propriamente ditas. Caso tenha interesse em saber mais sobre as continuações e as outras séries não abordadas nessa matéria acesse o blog parceiro Subete Animes. Selecionamos cinco séries que de uma forma ou de outra apresentam algo de interessante.



    WHITE ALBUM

    Baseado numa Visual Novel lançada pela Aquaplus em 1998, WHITE ALBUM promete ser o novo True Tears. A referência a esse outro anime se deve ao fato de ambos serem animes cuja estréia ocorreu em janeiro, além de serem séries de romance e com visual bem parecido. WHITE ALBUM envolve uma história de amor envolvendo um triângulo amoroso, formado pelo protagonista Fujii Touya, a sua namorada Yuki Midorikawa e a estrela pop Rina Ogata.

    A história tem inicio com Touya e Yuki como namorados, mostrando o cotidiano agitado de Yuki e o gradual afastamento na relação entre os dois. Num certo dia, Rina descobre sobre Touya, após ouvir a sua amiga Yuki falando com ele pelo telefone. No dia seguinte, Yuki e Ogata vão até o bar onde Touya trabalha, e este último acaba conhecendo e se apaixonando por Rina. O fato de a relação dele com Yuki estar cada vez mais difícil acaba levando Touya a cada vez mais se inclinar pelo lado de Rina.

    Além desses dois existem diversos outros personagens que em menor e maior grau provavelmente também gostam do protagonista. Deixando de lado o enredo, WHITE ALBUM demonstra potencial para repetir a boa recepção de True Tears, pois em termos de enredo e aspectos técnicos parece ter tudo que esse outro título tinha. Tudo bem que os traços e animações estão com a qualidade um pouco abaixo desse primeiro, assim como o enredo ainda demonstrou poucas surpresas, contudo segue sendo uma das grandes apostas de 2009.

    A presença de ótimas seiyuus como Hirano Aya (Yuki) e Nana Mizuki (Rina Ogata) contribuem bastante, tanto na voz das personagens, quanto no bom tema de abertura interpretado por Nana Mizuki. Se bem que apesar de tudo, a atuação de Hirano Aya como Yuki passa longe de ser o melhor trabalho dela. Assim como em Akane-iro ni Somaru Saka (onde interpretou Minato Nagase), a seiyuu tem um tom de voz um pouco deslocado com o resto do elenco.



    Maria Holic

    Nova produção da SHAFT nessa temporada, Maria Holic inicialmente pode afastar as pessoas mais conservadoras, pois a sua história envolve uma protagonista yuri (ou lésbica) que se matricula numa escola para garotas chamada Ame no Kisaki. Kanako Miyamae é o nome dela, e logo no início do anime ela conhece Mariya Shidou, uma bela garota de cabelo loiro. Mariya se apresenta como uma garota bela, educada e de boa índole, fazendo Kanako logo se apaixonar por ela.

    Contudo, momentos depois, enquanto andava pelos corredores do colégio, Kanako entra sem querer no quarto de Mariya e acaba descobrindo que na verdade ela era um homem. Mas antes que pudesse revelar esse segredo para alguém, Mariya a impede sobre a condição de que se isso fosse feito, o lado yuri de Kanako também seria revelado. A partir daí, Kanako e Mariya formam um "pacto", onde a protagonista leva a pior e constantemente recebe ordens de Mariya.

    Agora vem a seguinte pergunta, isso é realmente bom? Pode não parecer, mas Maria Holic é no mínimo engraçado. O jeito da protagonista e as situações na qual se envolve renderão boas risadas. A personalidade do elenco é agradável e coloca em pauta um tema polêmico sem entrar demais justamente na polêmica. Então quem espera um festival de fanservice yuri, esqueça, Maria Holic pelo menos tem algo de agradável sem precisar apelar.

    De resto, a série segue o padrão de traços típico da SHAFT, com uma arte diferenciada, por vezes simplória, outrora conceitual, que de um modo geral é excelente. O diretor dessa série é o aclamado Akiyuki Shinbo, que inclusive esteve presente nas grandes produções do estúdio, como Sayonara Zetsubou Sensei e Ef ~a Tale of Memories~.



    Sora wo Kakeru Shoujo

    Se fosse incluir Sora wo Kakeru Shoujo meses atrás como uma possível grande promessa teria feito sem medo de ser feliz. Contudo, passado alguns episódios fica difícil ter essa impressão. O conceito de colônias espaciais e pessoas vivendo e se desenvolvendo nelas, fora do padrão de uma grande guerra espacial, típica das obras da Surise tem uma certa originalidade e brilho, mas isso tem sido destruído pelo próprio elenco de personagens e as loucuras cometidas por eles, pelo menos por hora.

    Obviamente a Sunrise tentou se diferenciar do seu clássico Gundam e do recente e original Code Geass, porém sem fugir demais das suas origens voltadas a temas espaciais. Pela sinopse é possível achar a série interessante, pois ela conta a história de uma garota comum chamada Akiho Shishidou, que acidentalmente se encontra com o sistema de inteligência artificial de uma colônia antiga chamada Leopardo. Esse computador tem em mente uma grande missão e precisará da ajuda dela para isso. Diferente dos outros sistemas de inteligência, Leopardo tem uma personalidade arrogante e cínica.

    O problema de Sora wo Kakeru Shoujo, e aquilo que pode fazer a série ser apenas mais uma é o jeito como esse conceito tem sido desenvolvido. A personalidade de Leopardo tem sido extremamente mal explorada, ele não é só arrogante e cínico, como também totalmente pirado, sem limites e imbecil. Sendo quase ele a estrela do anime, infelizmente apostar agora na série chega a ser arriscado. Porém existem certos mistérios jogados no ar dentro do enredo, e que podem dar vigor até o final da série.

    Se isso for desenvolvido, pelo menos podemos esquecer o apelo fanservice, moe e loli do anime. De resto, o padrão segue aquilo esperado da Sunrise, desde as animações até os efeitos sonoros, que curiosamente foram todos retirados de Gundam. O mascote de Akiho tem inclusive o barulho de ativação do Gundam Freedom, o que chega a ser cômico considerando o lado "kawaii" desse mascote. Além disso, o sistema de inteligência pirado Leopardo tem a voz do Lelouch de Code Geass.

    Observação curiosa: no ambiente espacial do anime existem uma série de placas luminosas que para quem não conhece o universo otaku japonês não passam de detalhes sem importância. Contudo os olhares mais atentos vão perceber que a maioria desses anúncios estão ligadas com empresas do mercado otaku japonês. Como exemplos podemos citar a Bushroad, a Good Smile Company, entre outras.



    Kurokami

    Primeiro anime a ser exibido simultaneamente em três países (Coréia do Sul, EUA e Japão) Kurokami já começou cercado de ótimas expectativas. Aliás, a série é também um dos primeiros mangás coreanos a receber uma conversão animada. Tanto "hype" em torno do título aumenta ainda mais com o logotipo da Sunrise estampado nos créditos do anime. Ou seja, Kurokami nasceu da melhor forma possível.

    Em termos de enredo a série segue um pouco o padrão shounen, mas tem apresentado alguns detalhes interessantes. O conceito de equílibrio no mundo de Kurokami envolve a energia Tera, que determina principalmente a sorte do indivíduo. Por meio dessa sorte, a pessoa pode sobreviver a um processo de seleção natural conhecido como Equilíbrio Coexistencial. De acordo com as teorias, no mundo existem três pessoas parecidas entre si. Quando elas se encontram uma delas morrerá até sobrar apenas uma.

    Por hora essas idéias foram apenas apresentadas sem mostrar nenhuma ligação, porém isso deve acontecer no decorrer dos episódios e pode se tornar algo realmente interessante. E além dessas boas idéias as cenas de luta de Kurokami são bem animadas, algo dentro do esperado considerando que o estúdio de animação é a Sunrise. O único ponto negativo é o charcter design simplório e pouco detalhado, mas nada que estrague o potencial de Kurokami. Tem grandes chances de ser o melhor anime da temporada.



    MUNTO ~ Sora wo Miageru Shoujo no Hitomi ni Utsuru Sekai

    Conhecido como o único fracasso do Kyoto Animation, MUNTO retorna as telinhas com o objetivo de mudar essa imagem. Se isso vai ou não acontecer depende unicamente do desenvolvimento dos episódios posteriores, já que a primeira parte da série estará concentrada em recriar o enredo dos OVAs, provavelmente com apenas uma ou outra mudança na animação. Dessa vez, o anime terá 13 episódios, ao invés de apenas 1 hora e 40 minutos, que é o tempo somado dos dois especiais.

    MUNTO é uma série de grandes boas idéias, desde o universo até o elenco de personagens e animações diferenciadas. Contudo, desde o primeiro OVA nada disso foi desenvolvido de forma satisfatória, em parte devido a inexperiência da equipe naquela época, como também a falta de recursos financeiros. A situação agora é oposta, pois o KyoAni tem tudo para fazer de MUNTO um sucesso.

    Para isso ser alcançado, não somente o enredo deve ser desenvolvido após o final do segundo OVA, como também certas explicações sobre o universo e passado da série precisam ser revelados. Certamente flachbacks ajudarão em muito nesse ponto. Um outro ponto que deveria ter atenção nessa continuação é certamente a personalidade de Yumemi, que infelizmente ficou um pouco em segundo plano no OVA. Chega a ser mais interessante ver o simbolismo por trás da travessia do rio executada por Kazuya e Suzume.

    Enfim, em termos visuais MUNTO nunca foi um destaque na parte de traços e a nova série continua mantendo isso da mesma forma que o original. Aparentemente isso pode ser um ponto ruim, mas por trás desses traços regulares, existe uma animação e ambientação boa e metafórica. Parte disso pode ser conferida no começo do OVA e em alguns momentos posteriores, onde temos a água do chão refletindo as nuvens do céu. Isso tem ligação com a própria personagem Yumemi e o subtítulo do anime (que significa algo como "O mundo refletido pelos olhos da garota que olha para o céu"). Por fim, os cenários são relaxantes de se ver, parecem tirados de quadros feitos em aquarela.

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