• Breaking News

    sábado, 4 de abril de 2009

    Review 1: Iriya no Sora, UFO no Natsu

    Prefácio - Reviews edição #1

    Sem maiores alterações em relação à edição #0, as avaliações do "KS" seguirão sendo analisadas por três pessoas, que variam conforme o título em questão. Ao todo cinco quesitos são colocados em cheque, sendo que a nota final consiste na média final deles. Cada um tem exatamente o mesmo peso e contribuem de forma igual com a nota final.

    Nesse mês escolhemos o desconhecido e dramático Iriya no Sora, UFO no Natsu, que guarda semelhanças com o popular Saikano. A análise foi feita pelo Leandro, o Carlírio e o Alberto. A segunda review do mês é do excelente Sayonara Zetsubou Sensei, uma comédia de humor ácido, que ironiza diversos estereótipos problemáticos de sociedade japonesa, sendo sua análise feita pelo Leandro, o Carlírio e o Thiago 3T.


    Iriya no Sora, UFO no Natsu.

    Leandro Nisishima

    "Kana mostrará que mesmo diante de uma guerra solitária (talvez uma alusão ao nosso cotidiano) ainda é possível achar um motivo para 'proteger' o mundo."



    Iriya se preparando para um possível combate.


    Iriya no Sora, UFO no Natsu começa de uma forma bem parecida com outro título bem popular mundialmente, Saikano. Contudo, apesar das semelhanças, o enredo de cada um guarda as suas próprias questões e ensinamentos, que de uma forma ou outra as diferenciam entre si. Há uma mensagem mais esperançosa por trás de Iriya, em relação ao trágico Saikano. Isso não muda o fato de que ambas são séries de conteúdo forte e extremamente dramáticas embora Iriya não precise apelar tanto para o melodramático como Saikano.

    De qualquer jeito, o enredo central está focalizado em Asaba Naoyuki, que no último dia das férias de verão resolve "invadir" o colégio para nadar um pouco na piscina da instituição. Inesperadamente, outra pessoa teve exatamente a mesma idéia que ele. O nome dela era Iriya Kana, uma quieta e estranha garota, que estava lá no local sem nem ao menos saber nadar. O encontro breve dos dois termina quando um rapaz de nome Enomoto aparece para buscar Iriya. Porém, no dia seguinte Kana misteriosamente se transfere para o colégio de Asaba.

    Com um começo típico de romance genérico, Iriya se desenrolará como um grande drama à medida que diversos mistérios por trás de Kana vão sendo revelados. A menina passa longe de ser uma humana normal, e guarda segredos ligados a base militar de Sonohara, especializada em pesquisas de OVNIs. Aliás, o próprio título do anime faz alusão a eles, e por isso mesmo é freqüente confundir Iriya com um título de guerra espacial. Além de um ou outro detalhe, o foco real do anime é nas relações pessoais entre Iriya, Asaba e as pessoas em volta dos dois.

    O ponto positivo é justamente esse, sobretudo o desenvolvimento gradual dos personagens secundários, como Enomoto e a médica Mayu, ambos responsáveis pelo "bem estar" de Iriya. Apesar de diversos detalhes nas entrelinhas, as ações e reações da dupla estão entre os momentos altos, chaves e de maior coerência no anime. O mesmo pode ser dito em menor escala da relação aos próprios protagonistas, embora nesse caso eles se desenvolvam de uma maneira semelhante ao já referido Saikano (apenas com menos lágrimas sendo derramadas).

    Em termos técnicos, os seis episódios do OVA não serão impressionantes no quesito animação e traço. Não que sejam feios, aliás, são melhores do que os presentes em vários títulos e reservam surpresas. Quanto aos traços o único detalhe que impede Iriya de ser um marco está no fato de que a novel de origem possui uma arte mais bela e detalhada, principalmente no que diz respeito ao visual do cabelo e uniforme de Kana. Já a animação na maioria das vezes segue sendo constante. O que quero dizer quando digo "surpresas" está na maneira como certas cenas serão apresentadas.

    A maioria das passagens marcantes guardam um ótimo uso na técnica de animação, sejam as cenas de movimento, como a encontrada no episódio do festival (a dança de Iriya e Asaba), como em outros mais parados (a parte em que Iriya revela parte do seu passado). Aliás, essa última cena tem outro fator técnico que coloca mais vida, que é a trilha sonora. A execução dela consegue mostrar bem a solidão da garota nesse momento. E o mesmo vale para as situações mais descontraídas.

    E por falar nesse último, uma das maiores reclamações em relação ao anime, diz respeito a mistura entre comédia e drama, o que para muitos quebra o clima pesado, e deixa a série sem uma existência definida. Contudo, as passagens cômicas aparecem em poucas sequências, na verdade apenas nos episódios iniciais. E para um anime com uma mensagem esperançosa no final (apesar de um pouco triste), esses momentos de comédia no meio de todo drama que aguarda os personagens, acabam na verdade tendo um efeito contrário. Afinal, mesmo diante dos problemas, acho que todos concordam que vez ou outra ainda temos momentos descontraídos, certo? Ou melhor, às vezes preferimos viver eles para esquecer a triste realidade, principalmente diante de situações que não dependem somente da nossa vontade (Enomoto, Mayu, Kana, Akiho que o digam).

    Mas de forma alguma isso muda o fato de que ainda assim as personagens sofrem diante da situação na qual vivem, e frequentemente o anime joga esse sofrimento a tona, embora isso seja feito de uma forma sutil e nem sempre fácil de perceber. De um modo geral, Iriya no Sora, UFO no Natsu é um curto OVA de seis episódios, que apesar dos momentos altos e de uma animação fluente, peca um pouco por causa do cuidado visual, sobretudo considerando o fato de a série ter apenas seis episódios. Mesmo assim, segue sendo um excelente anime no quesito conteúdo, embora a parte de ficção vá desagradar profundamente aqueles que esperam batalhas épicas contra seres de outro mundo.

    Drama e romance seguirão sendo o foco do anime, e apesar da ausência de explicações mais coerentes em relação à contra quem Iriya está lutando (o que de certa forma acaba sendo um ponto negativo), o sentido filosófico por trás dessa luta cobre bem essa deficiência e não desmerece de forma nenhuma o desenvolvimento subsequente dessa excelente série de drama, uma das poucas obras recentes do Toei que ainda merece atenção.


    Black Manta: um dos grandes enigmas da série.

    NOTA: 7,0 - Apesar de curto e pouco falado, Iriya no Sora é um drama com todos os ingredientes necessários. O enredo não somente mistura romance, como joga também com temas mais sérios.

    Carlírio Neto

    "A estória de uma guerra ilusória..."

    A Iriya, em uma de suas expressões faciais mais notórias no anime...

    O anime Iriya no Sora, UFO no Natsu é possuidor de uma estória cativante e chamativa, que faz quem o assistir pensar em várias coisas, imaginar situações, e até tentar propor soluções para os eventos demonstrados nesta série.

    Este anime em muito possui semelhanças com o clássico Saikano ( que já foi exibido no Brasil pela TV paga ), onde ambos usam de uma temática similar. Entretanto, e servindo como ponto de equivalência, Saikano é muito mais emocional que Iriya no Sora. E este por sua vez consegue ser mais polido do que o título anteriormente citado.

    Mesmo sendo uma série curta ( contando com seis episódios ), Iriya no Sora, UFO no Natsu exerce um incrível poder de persuasão, ao prender a atenção até o seu último instante. Em seu contexto, você é convidado à conhecer o jovem Asaba Naoyuki, que em razão de um travessura de final das férias acaba conhecendo a Iriya Kana, uma enigmática e quieta garota.

    De acordo com o enredo do anime, desde a década de 1950 o mundo está em guerra com uma raça alienígena, onde em muito se remete à famosa Area 51. A jovem Iriya é chave da última esperança da Terra no referido combate, por ser a única habilitada à manusear uma poderosa nave. Entretanto, esta guerra tem muito mais de ilusória e de ideológica do que qualquer outra coisa...

    O jovem Asaba acaba passando por várias situações, no propósito de saber e de se aproximar cada vez mais da enigmática Iriya. Ela por sua vez acaba sempre mantendo um comportamento quieto e até certo ponto anti-social. Mas também acaba se aproximando mais do jovem Asaba, confiando à ele importantes e restritas verdades no contexto do anime...

    O que acaba se notando, no decorrer do anime, é uma mistura incrível de ideologias e de conceitos sobre o que é certo ou errado. Isto porque os doutores que "cuidam" da Iriya não levam em consideração como deveriam os sentimentos da garota e suas reias vontades. Também serve para a mencionada guerra, que é muito mais ilusória e ideológica, pois parece mais uma vez que o homem está lutando contra ele próprio, nação contra nação, nação dentro da própria nação, apenas no intuito de obter o poder máximo para ambições próprias...

    Tecnicamente, o anime não peca grotescamente, muito embora seus traços sejam simplórios para um título de 2005. No que diz respeito à sua parte sonora, esta realiza um papel competente no anime, muito embora não seja algo que venha à causar nostalgia ou algo assim. À rigor, os elementos técnicos trabalham harmoniosamente no anime.

    Uma estória que carrega em si muitos elementos de drama, de romance, e até de ideologias. O anime Iriya no Sora, UFO no Natsu possui tudo isto em larga escala e, por mais que possam haver momentos que possam decepcionar quem o assistir ( por esperar uma coisa e ocorrer outra ), o título é digno o bastante de atenção, e merece ser assistido.

    A recomendação para ele é total.

    Kana e Asaba.

    NOTA: 7,5 - O anime é de um ótimo nível, um clássico no gênero drama.


    Alberto DeCyber

    "O 'Resgate do Soldado Ryan' dos animes..."

    Kana, num momento de felicidade, enquanto "constrói" um aparato localizador.
    Os dois lados de uma mesma moeda...


    Antes de começar o review, imagino que muitos estão se indagando sobre o título da mesma. Talvez inusitado, talvez estranho, mas não de todo errôneo...

    De começo, retomando ao tempo das aulas de história, sempre se via o lado "americano" das guerras, e dentre elas, a Segunda Guerra Mundial. Pouco ou quase nada se ensina a respeito da situação dos demais países, europeus e asiáticos (vamos pular a parte das bombas e o pós-guerra...), durante tal Guerra. Com o tempo, busca-se a informação e entende-se bem mais do que se imaginou. Principalmente em termos a mesma história sob outro ponto de vista.

    E falando em ponto de vista, muitos filmes famosos retratam os dias da Segunda Guerra Mundial fora da visão dos livros de história. Dentre os quais, a Lista de Shindler, a Vida é Bela e O Resgate do Soldado Ryan. Os dois primeiros nos mostram o enfoque da guerra numa visão dos judeus. Indiretamente em A Lista de Shindler, e diretamente em A Vida é Bela. E pode apostar que não era uma boa visão...

    O Resgate do Soldado Ryan (que deve ser mais conhecido pela maioria do que os dois acima citados) nos mostra a Guerra em pleno auge, na visão de uma tropa americana. Mais do que um filme de ação retratando os horrores da Guerra (e até mesmo da disparidade de humor entre os que estão nas linhas de frente e os que estão planejando o próximo ataque sentadinhos e longe do campo de batalha), nota-se que mesmo dentre os que compunham a tropa, havia uma visão diferente sobre diversas coisas. Notadamente de um deles, que acompanhava a tropa como um jornalista e pouco conhecia da Guerra. De um curioso a respeito do que poderia aprender (inclusive o "fuba" que ele nunca achava no dicionário), chegou a cometer o que jamais se concebeu fazendo: Matar um oficial alemão, que outrora ele havia permitido que fugisse, e render outros soldados.

    Tal como os filmes acima, Iriya no Sora, UFO no Natsu nos mostra um pouco de uma guerra, que supostamente acontece, sob outra visão...

    Tudo começa quando Naoyuki Asaba, no último dia de verão, decide entrar de fininho pra dar uma nadada na piscina da escola, quando acaba inesperadamente vendo uma garota na beira da mesma. De começo, Iriya Kana parecia estar com medo, por não saber nadar, mas acaba aprendendo com o Asaba... Até serem interrompidos por Enomoto, que é "como um irmão pra Iriya". A partir daí, já somos levados a algumas indagações sobre muitas coisas que passam pelo anime - E olha que nem chegou na metade do OVA...

    A série de seis OVAs se desenvolve de modo mais "leve" nos três primeiros, com a transferência de Iriya na mesma escola de Asaba, enquanto somos apresentados aos supostamente personagens secundários, que por si só não aparentam ser qualquer coisa. Em especial, o chefe do jornal da escola, Kunihiro Suizenji, bastante observador por natureza, e aparentemente aquele que mais repara nas situações em mudança pela cidade onde mora...

    Após nos depararmos com momentos sérios juntamente com momentos cômicos (Que mais retratam a vida como ela nos aparenta ser mais do que "fator cômico fora de lugar"), e até mesmo momentos inusitados, o OVA tende a ficar mais sombrio à medida em que a verdade se torna cada vez mais notada, porém nunca completamente esclarecida... De aparatos acidentais a alienígenas, e mesmo uma notável conspiração só para o "bem-estar" de Iriya...

    Cavalheiros, eis as regras do jogo, porque agora a coisa aparenta estar sem volta...

    De começo, vamos abstrair a respeito da "guerra". Tudo sobre a mesma no anime é imprecisa, arquitetada de "pedaços" vindos de diversos pontos por alguns personagens. Talvez você encaixe tudo e pense "Ah, é por causa disso, disso e daquilo", mas lembre-se, tudo relatado a guerra é impreciso no anime. Você pode até mesmo se questionar se há mesmo uma guerra ou não...

    Se até aqui você acha que toda essa "incerteza", provocada principalmente por manipulação de informações, é irreal demais, pense de novo!
    Mesmo na Segunda Guerra Mundial, dados a respeito dos combates eram manipulados e mesmo censurados. E ainda hoje temos isso, independente do quão rápido você tem a informação, e muitos poucos sabem da tudo... Inclusive, no jogo de PC Conflict Zone, as ações de suas tropas estão sendo filmadas, e uma das metas de sua missão é se mostrar o "melhor" possível, senão sua reputação (e finanças também) vão pro saco. Sou eu ou tem algo errado aí, hum?

    Uma coisa interessante no anime é que, mesmo usando uma idéia tão usada (a guerra sob outras perspectivas), o modo como se apresenta tal temática é interessante e traz o charme do drama deste anime. Temos as cenas da vida normal, com as pessoas vivendo suas vidas normais, e até mesmo situações cômicas que nada mais são do que a vida em si. Temos as cenas mais sombrias envoltas por aparatos da guerra e verdades sendo ditas, obscurecendo a vida daqueles que viviam calmamente. Se para alguns as cenas aparentam estar fora de lugar, dentro do contexto de como se espera que pessoas diferentes, e informadas diferentemente dos fatos, reajam no decorrer do dia, tudo está bem mostrado.

    Algo que pode deixar muitos abatidos é a respeito de não ocorrer um único confronto aéreo acirrado no anime. Vendo a abertura e os primeiros momentos do primeiro OVA, esperava-se ver diversas cenas de caças hi-tech despedaçando tudo que vissem pela frente, mas não é o que acontece.

    E falando em hi-tech, o jato de mobilidade extrema e feito em CG, Black Manta, que aparece no anime é definitivamente um deleite aos olhos. Apesar da arte dos personagens ser bem feita, pode-se dizer que a arte das locações é melhor apresentável.

    Para concluir, se existe uma cena marcante em todo anime, é uma presenciada no último episódio, onde se vê o uniforme de Iriya cheia de mensagens de "acabe com eles". Supostamente, trata-se de uma referência a Bomba Atômica, devido a relatos da mesma estar marcada com mensagens semelhantes. Outros locais apontam a respeito de mensagens de "abandonar a cidade" jogadas por aviões norte-americanos. Até mesmo em Unreal Tournament temos esta referência no "adiós" escrito na mini-ogiva da arma "The Redeemer" (Use um cheat pra congelar o jogo após disparar com a arma e você verá).

    Mas, não importa como você vê tal fato (nem se você tentar considerar que se inspiraram no próprio Unreal, dado que o jogo é de 1999 e o anime, de 2005). Notadamente, remontamos a referência de uma arma. Daí, independente de causa, razão ou circunstância, do quão bem ou mal os dados nos são mostrados ou omitidos, pode-se concluir que queriam reduzi-la a uma arma de destruição em massa...


    Cavalheiros, eis as regras do jogo...


    Yuuko e Suizenji... em combate!?
    É um dos curiosos momentos da vida!


    NOTAS:

    Traço: 4.0 - Mais pelo Black Manta em CG e pelas artes das locações do que pelo character design como um todo;
    Estória: 4.5 - Mesmo preso em temáticas muito usadas, possui uma ótima história e desenvolvimento interessante. Só está longe do "anime de combate aéreo" que muitos poderiam esperar de início;
    Música e efeitos sonoros: 4.0 - Boa trilha sonora (principalmente a abertura) e bom uso das músicas;
    Personagens: 4.5 - A maioria dos personagens tem algo a adicionar a trama. Você até se questionaria "onde raios enfiaram os personagens secundários", se não fosse o fato de que se trata da maioria dos personagens, não todos eles!;
    Conjunto: 4.5 - Estamos lidando com a visão da guerra nos olhos de quem não sabe de nada, sendo então abruptamente quebrada com as "falhas" da ocultação da verdade. E quase todo mundo "apanha" por isso. Se você vivenciou uma "execução" dessas, não é mera coincidência...

    NOTA FINAL: 4.3/5.0 - Merece o esforço de procurar pela série.

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário

    Fashion

    Beauty

    Culture